A 7.ª edição do Portugal Air Summit arrancou esta quinta-feira no Aeródromo Municipal, com uma sessão inaugural que ficou a cargo de Hugo Hilário, Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, e Manuel Castro Almeida, Ministro Adjunto e da Coesão Territorial – num dia marcado por temas de atualidade ligados ao setor aeronáutico.
Ciente da importância deste evento no impacto económico na região, Hugo Hilário destacou que “em sete edições passámos de volume de negócios gerados de cerca de cinco a 10 milhões de euros por edição para 150 milhões de euros na edição de 2022.
” Além disso, a reinvenção económica e social do concelho, após a crise de 2009 e consequente encerramento de algumas fábricas, é também um motivo de orgulho para o Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor: “Fruto do reforço das dinâmicas de inovação, internacionalização e promoção da competitividade, Ponte de Sor tem conseguido atrair investimento, cresceu e conseguiu até atingir a taxa de desemprego mais baixa da sua história recente, provando que os Pontessorenses são pessoas de trabalho e que rapidamente se requalificaram e se adaptaram às novas necessidades.”
Sobre a importância deste investimento, o Ministro Manuel Castro Almeida não tem dúvidas de que “um município do Interior não tem de se resignar à pobreza, não tem de se resignar a ser um celeiro de Portugal, pode ser também um mundo de ideias, de ambição, de criatividade, tecnologia, de inovação”. Dando como exemplo o concelho de Ponte de Sor, o governante destaca ainda a importância dos fundos europeus “que são uma peça essencial para esbater as assimetrias entre o Litoral e o Interior”.
O dia ficou marcado por vários painéis e intervenções nas áreas Aeronáutica e Aeroespacial, tendo estado ainda em discussão a atualidade sobre a construção do novo aeroporto e do seu Efeito Multiplicador na Economia Regional. Neste âmbito, os oradores destacaram a capacidade de Ponte de Sor ter potencial para se constituir enquanto uma forte infraestrutura de apoio ao novo aeroporto, ressalvando, no entanto, a importância do reforço e requalificação dos acessos à região.
Sobre o futuro da aviação, Thierry Ligonnière, presidente executivo da ANA – Aeroportos de Portugal, sublinhou a importância do investimento contínuo nas infraestruturas aeroportuárias, ressalvando que a empresa está a trabalhar no “planeamento do futuro. Não apenas em Lisboa, mas em todos os nossos aeroportos”. Neste primeiro dia, esteve também em destaque uma das três agendas mobilizadoras para Ponte de Sor – a Aero.Next – onde está incluída a construção do LUS222, a primeira aeronave completa, desenvolvida, industrializada e comercializada a partir de Portugal – um marco histórico para a indústria aeronáutica portuguesa e colocará o concelho, todo o Alentejo e Portugal na vanguarda do setor.
No recinto do evento foi possível os visitantes do Portugal Air Summit verem protótipos à escala real dos vários produtos aeronáuticos que a agenda mobilizadora se propõe a desenvolver, tanto no stand da Aero.Next Portugal como da Tekever, uma das 15 entidades sediadas no Aerodrómo Municipal de Ponte de Sor.
No decorrer deste primeiro dia foi ainda assinado um protocolo de cooperação entre o Município de Ponte de Sor e a ANAC. Na sua intervenção no Portugal Air Summit, a Presidente do Conselho de Administração da ANAC, Ana Vieira da Mata, abordou a Inovação na Aviação, destacando a importância da divulgação de boas práticas de sustentabilidade como forma de inspirar as novas gerações.
Pedro Ângelo, da NAV, apresentou dados relevantes sobre os métodos aplicados pela empresa, que resultaram em “melhorias significativas” na redução de atrasos no tráfego aéreo no aeroporto de Lisboa, em julho, agosto e setembro, face ao ano anterior. “No mês de julho, comparando com o mês homólogo do ano anterior, temos menos 27% de minutos de atraso”, enquanto, “no mês de agosto, [há] menos 58% de minutos de atraso e, no mês de setembro, menos 49% de minutos de atraso.”
Sob o mote ‘We calculate wrong’, o CEO da KRBE, Klaus Radermacher, apresentou o seu estudo ecológico, onde defende existir menos emissões de CO2 na construção de aeroportos face à construção da ferrovia de forma global – numa tarde onde esteve também em destaque a transição digital e o seu impacto na indústria da aviação e que culminou numa sessão de encerramento a cargo de Rogério Alves, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor.
Programa para sexta-feira, 11 de outubro
Com abertura prevista para as 9h45 pelo Ministro da Defesa, Nuno Melo, seguido da intervenção do Vice-Chefe do Estado Maior da Força Aérea, Tenente-General Eurico Justino Craveiro, este dia trará a debate ainda a importância das energias renováveis no futuro da aeronáutica. Neste âmbito, destaque para a apresentação do primeiro avião híbrido de passageiros, cuja produção poderá passar por Ponte de Sor.
No contexto das atividades lúdicas, o público poderá iniciar o dia a assistir a voos de balão de ar quente e aos treinos da equipa dos pilotos da ex Red Bull Air Race, Juan Vellarde, Nicolas Ivanoff, Martin Sonka, Mika Brageot e Petr Kopfstein, que vão estar em preparação para o campeonato World Air Race Championship, que decorrerá em breve.
Workshops são novidade nesta edição
Este ano, a organização do evento reforçou as oportunidades de networking, com espaços próprios na área de exposições empresariais e, ainda, um programa de workshops, que contou com a intervenção de entidades como a NAV, CCDR Alentejo, Easyjet e IATA. Entre os temas de grande relevância para o setor e para o desenvolvimento económico e social da região, incluiu-se Ponte de Sor como um exemplo nos procedimentos de voo para aeródromos nacionais, no painel da NAV, e a discussão sobre atração e retenção de talentos na região do Alentejo, pela OECD. Sobre o Portugal Air Summit Realizado desde 2017 e, a partir de 2018, numa parceria entre o Município de Ponte de Sor e a entidade promotora do evento ACIPS – Associação Comercial e Industrial de Ponte de Sor-, o Portugal Air Summit integra uma estratégia de posicionamento, promoção e desenvolvimento do setor na região e no país, tendo já contribuído diretamente para a atração de investimento gerador de emprego e dinâmica económica, contribuindo para a fixação de famílias, invertendo o ciclo de desertificação.